Sujeito e verbos impessoais

Língua portuguesa


O sujeito é, dentro de uma oração, o termo que indica o elemento que sofreu a ação, a praticou ou de que se fala. Geralmente, encontra-se no início de uma oração, mas nem sempre isto ocorre, ou por haver um aposto, explicando algo sobre este sujeito, ou por pura inversão. Há alguns casos em que simplesmente não há um sujeito, e nem há todas as formas verbais, inclusive, ou poderíamos dizer eu chovo, tu choves, ele chove...

A identificação do sujeito é fundamental para a definição da forma verbal a ser usada. A palavra chave disto chama-se concordância, ou seja, quando alguém diz que o sujeito concorda com o verbo, isto significa que, escolhido o sujeito, define-se a forma verbal, diferentemente de outras línguas, em que há formas iguais para todos ou quase todos os pronomes pessoais do caso reto.

Tomemos o título deste post como exemplo. Desejava-se definir o que é um sujeito e o que são verbos impessoais. Porém, não se quer dizer que um sujeito é impessoal, pois, neste caso, usou-se a concordância com apenas o ultimo elemento, que pode ocorrer em Língua Portuguesa.  


[Imagem: Palavra Social]
 
Há um grupo de verbos que rotineiramente possuem o sujeito à sua direita, quais sejam: ocorrer, existir, faltar, acontecer, bastar, caber, restar e sobrar. Assim, de acordo com as regras de concordância (sujeitos em sublinhado), tem-se: 

Faltam três reais e cinquenta centavos.
No semestre passado, tiveram início os jogos universitários.
Restaram apenas três fatias daquele bolo delicioso!
Espero, com todo o meu querer, que seja explicado o motivo de sua partida.
Foram comprovadas, com muito sacrifício, as habilidades do capitão.
Existem aí coisas maravilhosas, fantásticas, ... um verdadeiro conto de fadas.

E ainda existem casos em que verbos não admitem sujeito, representando condições de existência ou ocorrência de algo. A estes verbos chamamos de impessoais. Felizmente, eles são poucos e, entre eles, o que merece maior destaque é o verbo haver. Não é costumeiro por parte de algumas pessoas o uso do verbo haver no sentido de existir, sendo usado o verbo ter nessa condição. Todavia, não é recomendável (nem correto pela norma culta) usar o verbo ter desta forma. Para este e para os demais, a regra de ouro é a seguinte: use um verbo impessoal em uma oração sempre na terceira pessoa do singular.

O verbo haver é impessoal quando tiver o sentido de existir ou ocorrer, ou representando tempo ocorrido, junto com o verbo fazer. Isto não significa que ‘haviam’ inexista, sendo usado em locuções verbais. Fazer como verbo em oração indicando condições meteorológicas também é impessoal. Exemplos: 

Havia quinze empregados trabalhando naquele dia de chuva.
Eles não haviam sido comunicados do despejo.
Naquela cidade fazia 42º à sombra.
No domingo, fará seis meses que as aulas começaram; pode-se dizer que só faltam trinta dias para as férias.
Haverá edições do seriado pelos próximos seis anos, haja vista tamanho sucesso.
Faz dois anos que eu não falo mais com aquela mulher que eu tanto amo.
Fez dias muito chuvosos e frios, foi um inverno muito rigoroso.
Neste momento houve alterações no roteiro devido à chuva. 

Já outros verbos tornam-se impessoais quando transitivos, recebendo o acréscimo de um ‘de’ imediatamente após. Este é o caso de: tratar-se de; bastar de; passar de e, chegar de. Vejamos mais alguns exemplos: 

Chega de mesada!
A empregada convidou apenas duas amigas para uma pequena festa; trata-se de uma comemoração íntima.
Basta de dias e dias sem dormir!
Passava das nove e meia e ela ainda não havia chegado.
Passavam trinta minutos e eu ainda esperava: como demora essa garota!
Ah! Lá vem ela; trata-se da mulher que eu mais amo nessa vida!


  


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